terça-feira, 13 de abril de 2010

Corpo a Corpo

Era uma vez um corpo.
O corpo percebeu a presença de um outro corpo. Logo, o desejou.
Era um outro corpo deveras desejável, confesso, embora de índole duvidosa – como o são geralmente tais corpos intratantes.
Receoso de envolver-se noutro corpo que não seu, resguardou-se ao seu platonismo na solidão do banheiro imundo, com seus pensamentos imundos.
O desejável, ciente de sua adjetivação, tratou de ludibriar o receoso o quanto pôde, por mero gozo em ser algoz e fazer agonizar o corpo alheio.
O receoso, um mirrado coitado, procrastinou o quanto pôde seu intento, no intuito de desestimular tão intenso estímulo.
Caíram porém em tentação, reincidindo em pecaminoso hábito orgástico.
E viveram felizes para sempre por mais alguns segundos.

5 comentários:

Sidney Andrade disse...

Nunca tinha visto ninguém usar a palavra PROCRASTINAR em Português até hoje... Oo
No mais, meu caro, "tudo é fugaz", sim?

Andreza Veiga disse...

Eu uso 'procrastinar'. A palavra e o ato. Principalmente o ato. :*

Maria disse...

Moço, onde está você?

...

Anônimo disse...

INSERT

Bruna Nunes disse...

eu vago e encontro essas palavras. sensações presentes e verbalizadas por um desconhecido, ou não. gostei disso! ;D