terça-feira, 22 de outubro de 2013

Fran.co

Nunca antes na história do mundo se soube tanto sobre o que todos pensam, fazem, dizem. Deve ser por isso que desprezamos cada vez mais uns aos outros, seja mostrando quem somos ou aquilo que propagandeamos.

E quem outrora tinha por ensinamento que a boa educação recomendava ser mais interessante comer calado que falar de boca cheia, agora sente uma ânsia incontrolável por publicizar o alimento, seja boa ou má (mal) comida.

E quem antes apenas sorria amarelo para uma singular foto de família que seria exposta no único quadro de entrada da mais humilde residência, agora ri para o espelho umas tantas caras caricatas até que alguma imagem "reflita" o mais sincero sorriso da mais falsa felicidade que se possa demonstrar.

E esta felicidade mede-se em números curtos, idos e inteiros. E a beleza mede-se em mantra da mais galanteadora das mentiras. E a estupidez mede-se em um jogo com excesso de velhas.

E acontece que o ébrio à moda antiga, injuriado pela beleza que vem da tristeza de mais ninguém, da feiura fundamental de pernas estúpidas - porém, coxa - e do riso frouxo 'frechado' por olhar que não mente, perde-se caduco em cofre que não se pode fechar com as marcas de seu tempo, seguindo de alma aflita sob as dobras do blusão de mais alguém.