Queria te proteger disso tudo. Imortalizar esse sorriso impagável diante de toda essa vidinha intragável. Livrar-te de todo o mal, sem um desnecessário amém, apenas amando-te. Dizer que serás sempre pequena. Minha pequena. E que serás linda para todo o sempre e que algum outro no mundo irá amar-te para todo o sempre. Te contarei estas tantas inverdades até que não tenha mais forças para tanto. Então, minha pequena não será mais pequena, nem será apenas minha. Trará a dor desprezível dos comuns e o sorriso amarelo cheio de dentes e dúvidas e anseios e amores. Eu então já não terei tantos dentes, anseios ou amores. Serei apenas teu velho cansado, tomarei minha última dose e tu me colocarás para dormir. E contarás aos teus pequenos que foste também apenas uma pequena. A minha.
O Espelho d'Alma no Agreste: A Crônica Poética do 'Sempre Sonhar' de Jorge
Ribbas
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