Era uma vez um corpo.
O corpo percebeu a presença de um outro corpo. Logo, o desejou.
Era um outro corpo deveras desejável, confesso, embora de índole duvidosa – como o são geralmente tais corpos intratantes.
Receoso de envolver-se noutro corpo que não seu, resguardou-se ao seu platonismo na solidão do banheiro imundo, com seus pensamentos imundos.
O desejável, ciente de sua adjetivação, tratou de ludibriar o receoso o quanto pôde, por mero gozo em ser algoz e fazer agonizar o corpo alheio.
O receoso, um mirrado coitado, procrastinou o quanto pôde seu intento, no intuito de desestimular tão intenso estímulo.
Caíram porém em tentação, reincidindo em pecaminoso hábito orgástico.
E viveram felizes para sempre por mais alguns segundos.
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