Ontem era apenas antes de hoje, apenas mais um dia comum numa vida comum. Ele acordou, comeu, bebeu e dormiu como de costume nos 89 anos anteriores. Não fez amor, como de costume nos incontáveis anos anteriores.
A infeliz chegou e disse simplesmente “Quero separar-me de ti, velho”.
Respondeu apenas que não estava muito pra piadas e pediu logo o jantar. Não sendo atendido, abateu-se em desespero: “Mas que é isto, mulher, de desacostumarmo-nos assim tão repentinamente após tão longo convívio?”.
“É que você não dá no couro”, respondeu a amada.
Sem desvendar o significado da expressão, resolveu-se por não ser taxado de ignorante. “É o meu problema de gases?”, perguntou ainda, vacilante.
“Não, velhinho. O problema é que você não escova o peba. É a pipa que não sobe mais, a macaca que não leva tapa, a aranha que não apanha, a cobra que não pica... Sacou a parada?”.
Estranhou o linguajar da jovem senhora de 90 anos, com a qual convivia há 70 ininterruptos (e infindáveis) anos. Não ousou questioná-la. Nem sequer cogitava o significado da palavra “gíria” – e nem eu o sei.
Juntou os trapos e foi para um asilo, findar seus dias. Lá soube que sua digníssima ex-mulher trocou-o por um jovem e saudável cinqüentão, charmoso galanteador de quem já era amante há algum tempo. Virou motivo de chacota entre os amigos, os que ainda estavam em posse das faculdades mentais.
Quando descobriu os reais motivos que levaram à falência de seu matrimônio, sentiu-se aliviado e refletiu: “É melhor ser conhecido por corno do que por brocha”.
"Nós fomos feitos um pro outro
Ela é uma vaca eu sou um touro"
(Bois Don't Cry - Mamonas Assassinas)
2 comentários:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
a velinha cheia de "imoridez"!
Hey, gostei!
xD
Imoridez diretooooooooooo!!
=D
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