Vejo um tom vermelho amargo, feio e fétido. Não mais pulsante, nem mais dançante em veias alheias. Resultado de um instinto desagradável, um prazer doentio, gratificante... saboroso... delicioso... Se soubesse descrever o dramático monólogo, teria emudecido e transcrito um único gesto, o último ato.
O sangue escorre em minhas mãos suadas e calejadas, silenciosas testemunhas. Depois de haver imaculado meus entes mais queridos, o vejo agora tão puro e casto... O riso sobressalta-se em meu semblante. Incontrolável e inexplicável, como uma droga recém experimentada, viciante, vingativa. Ah, que orgasmo inatingível! Seria trágico, não fosse deveras cômico.
Mas não demore a ir-se, minha cara! Se o adeus demora a dor se expande, o coração não suporta! Não, meu frágil coração não foi feito para despedidas...
Sim... Uma morte sem medo, sem último grito de dor, sem testamento nem ridícula carta de despedida. Sem amigos que lhe velem o frágil corpo indefeso, sem amores que lhe derramem pedidos por um beijo final. Sem sequer vermes que lhe roam as partes íntimas! Definitivamente, o merecido para o supra-sumo da insignificância. Quisera eu tamanha imponência em meu penoso fim.
Arrependimento? Não. Detestável, seria a palavra que a definiria melhor.
Percebo por fim meu próprio sangue misturado aos demais. Poderia até brincar de mal-me-quer, enumerando meus familiares naquelas gotas inertes...
Apago da mente todas as más recordações: ingratas memórias pós-morte são indesejadas, dispensáveis. Dos mortos só nos resta guardar sempre as melhores lembranças, seja pelo que fizeram, poderiam ter feito, ou que apenas inventamos para dar-lhes alguma glória insípida, satisfazer-lhes a alma carente de utilidade.
Guardo então a lembrança de seu corpo contorcido e condoído pela dor. Minha imoralidade não me permite despir a consciência das dores morais, tão banais que são.
Adeus, enfim. Adeus, MALDITA MORIÇOCA.
O sangue escorre em minhas mãos suadas e calejadas, silenciosas testemunhas. Depois de haver imaculado meus entes mais queridos, o vejo agora tão puro e casto... O riso sobressalta-se em meu semblante. Incontrolável e inexplicável, como uma droga recém experimentada, viciante, vingativa. Ah, que orgasmo inatingível! Seria trágico, não fosse deveras cômico.
Mas não demore a ir-se, minha cara! Se o adeus demora a dor se expande, o coração não suporta! Não, meu frágil coração não foi feito para despedidas...
Sim... Uma morte sem medo, sem último grito de dor, sem testamento nem ridícula carta de despedida. Sem amigos que lhe velem o frágil corpo indefeso, sem amores que lhe derramem pedidos por um beijo final. Sem sequer vermes que lhe roam as partes íntimas! Definitivamente, o merecido para o supra-sumo da insignificância. Quisera eu tamanha imponência em meu penoso fim.
Arrependimento? Não. Detestável, seria a palavra que a definiria melhor.
Percebo por fim meu próprio sangue misturado aos demais. Poderia até brincar de mal-me-quer, enumerando meus familiares naquelas gotas inertes...
Apago da mente todas as más recordações: ingratas memórias pós-morte são indesejadas, dispensáveis. Dos mortos só nos resta guardar sempre as melhores lembranças, seja pelo que fizeram, poderiam ter feito, ou que apenas inventamos para dar-lhes alguma glória insípida, satisfazer-lhes a alma carente de utilidade.
Guardo então a lembrança de seu corpo contorcido e condoído pela dor. Minha imoralidade não me permite despir a consciência das dores morais, tão banais que são.
Adeus, enfim. Adeus, MALDITA MORIÇOCA.
4 comentários:
putz, q merda taiguara.
o texto teria sido perfeito, se vc nao tivesse tentado (e fracassado) ser engraçado.
Foi forte demais para uma piada.
E se o texto é teu (não que eu divide, é soh pra conservar minha integridade e ridicularidade), teu potencial poético é enorme.
Não zomba assim do teu potencial.
putz, agora to me sentindo um babaca.
mas no vo apagar o comentario nao.
aaah, estragou minha inspiração =/
kkkk
bem... a piada foi minha e o texto também =p
aliás, nem acreditei que fui eu mesmo, tinha que ter piada pra me fazer crer, ou ao menos para não se questionar a autoria =~~
Brilhante.dividido igulamente em três partes,1/3 Drumond,1/3 Alvares de Azevedo e 1/3 Taiguara da Cruz Rangel.
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