Chegando o fim do ano, volta a correria de fim de período(s) na(s) faculdade(s) e, pra variar, encontro-me sem tempo nem pra comer – porque pra beber a gente dá um jeito. Recordo agora os bons tempos de colégio, quando eu era menos triste e não sabia, quando o ápice da diversão era jogar futebol e videogame, ler jornais, livros e revistas e, quem sabe, cruzar olhares tímidos com alguma menina.
Voltando aos fatos marcantes e “envergonhantes” da minha vida, que não foram poucos, lembro dos tempos que morei em Fortaleza-CE, lá pelos 14 anos de idade. Bons tempos, onde passei de nerd quase-mudo a nerd quase-tímido e onde consegui realizar algumas proezas catastróficas, exatamente nos finais de anos (da passagem de tempo, sem conotações implícitas).
Exatamente no último dia letivo da 8ª série do fundamental, sem mais professores a suportar, estava eu com meus companheiros a jogar vôlei dentro da sala de aula. Quer dizer, estavam eles a jogar vôlei. Partida um tanto interessante, pois a “bola” tratava-se da bolsa de uma das colegas de classe.
Eis que surge o atleta e solta a pérola “toca pra mim!”. Ao receber o passe, o tal jogador, ao tentar repassar a “bola”, consegue acertar um dos ventiladores do teto, empenando uma hélice. A “bola” é delicadamente arremessada por ele contra a parede, batendo num ventilador lateral, que fragilmente se despedaça e esfumaça, quase tanto quanto meu coração imaginando o quanto da pele eu iria perder ao contar o fato ao meu pai.
Mais uma vez, exatamente no último dia letivo do 1º ano do ensino médio, sem mais professores a suportar, surge algum malandro com a brincadeira do “montinho”, que consistia basicamente em derrubar alguém para todos os outros pularem
Em sã consciência, a turma ataca o segundo professor. A sala fechada, as luzes apagadas. O professor, que não lembro o apelido, mas que era um anão de jardim ou pintor de rodapé, recebe um ataque por trás (ui!), uma rasteira que o derruba e uma seqüência de twists carpados na coluna. A saga rendeu uma expulsão, dois termos de compromisso e algumas advertências e orelhas queimadas. Eu, que já ia embora do colégio, fui poupado.
Este mesmo professor, o pequeno polegar, tinha uma célebre frase, que agora deve usar com freqüência. Quando chegava num lugar agradável, comentava: “Aqui é o paraíso... Nenhum aluno por perto!”.