segunda-feira, 20 de julho de 2009

Explicando o Recesso

Não quero lhes falar de minha tristeza, mas o que me entristece e que não me escapa em palavras insiste em fugir por meio de sedutoras letras mal-rabiscadas.

Escrever é preciso, apesar de não explicar-te nada, meu caro. Nem sobre que merda escrevo, nem em que merda penso. Saiba de mim apenas que dias inglórios ainda hão de vir, quando serei capaz de sentir fazendo sentido.

Nada tenho a dizer que já não se saiba de mim e que esta falsa transparência traduz em sentimentos íntegros, mesmo que desonestos para com meu sagaz interlocutor, que tem de se dar por satisfeito em refletir-lhe este bon-vivant decadente e incapaz de lamuriar-se em constante auto-flagelação pública.

Escrevo porque é melhor exorcizar meus males em letras que disfarçá-los em sorrisos.

4 comentários:

Jéssica disse...

"Escrevo porque é melhor exorcizar meus males em letras que disfarçá-lo em sorrisos."

amém.

Antes as dores bem-doídas, do que os abraços imediatistas.

Fala da merda que pensas, da merda que o fazes não pensar, da merda que vira poesia. Estamos aqui é para escutar e aplaudir.

ALFRAPOEMAS disse...

Grande Taigura! Orgulho da nossa literatura e do nosso Rangel Júnior - se ele ainda não lhe disse, tinha lhe reservado esta surpresa. Desculpe-me se adiantei alguma coisa, foi pura excitação!

Abraço.

Alfrânio.

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Não explicas nada, é verdade. Por vezes, intriga. Mas vá lá, se nem teu coração te faz entender, como tuas palavras o faria? Mas no obscuro é possível sentir. E lamento informar, talvez nunca venha a fazer sentido. Atrevo-me: ainda bem!

P.S.: Diante da ordem, em retribuição: nada de recessos tão longos! Tenho dito! rs

Meu beijo