Era uma vez um corpo.
O corpo percebeu a presença de um outro corpo. Logo, o desejou.
Era um outro corpo deveras desejável, confesso, embora de índole duvidosa – como o são geralmente tais corpos intratantes.
Receoso de envolver-se noutro corpo que não seu, resguardou-se ao seu platonismo na solidão do banheiro imundo, com seus pensamentos imundos.
O desejável, ciente de sua adjetivação, tratou de ludibriar o receoso o quanto pôde, por mero gozo em ser algoz e fazer agonizar o corpo alheio.
O receoso, um mirrado coitado, procrastinou o quanto pôde seu intento, no intuito de desestimular tão intenso estímulo.
Caíram porém em tentação, reincidindo em pecaminoso hábito orgástico.
E viveram felizes para sempre por mais alguns segundos.
Ode Junina à Velhice Precoce – Ou Quando o Forró Virou Só "Etc." *
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Lá fui eu, como um sanfoneiro perdido num festival de DJs, ao tal show
sertanejo no meio da festa do São João. A plateia pulava como milho em óleo
fervente...
Há 5 semanas
5 comentários:
Nunca tinha visto ninguém usar a palavra PROCRASTINAR em Português até hoje... Oo
No mais, meu caro, "tudo é fugaz", sim?
Eu uso 'procrastinar'. A palavra e o ato. Principalmente o ato. :*
Moço, onde está você?
...
INSERT
eu vago e encontro essas palavras. sensações presentes e verbalizadas por um desconhecido, ou não. gostei disso! ;D
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