Ela contou que nunca ouviu um 'eu te amo'.
Até aí, nada anormal. Há tantos que o falam por falta do que dizer, outros tantos que omitem por economia no que sentir, que talvez não haja tantos amantes e amores.
Nunca ouviu o que tanto queria e nunca soube que amou ou era amada. É claro que, assim como para uns basta sentir, para outros há resposta nas palavras - e para alguns poucos, nos sussurros e gemidos.
Tentava explicar que não entendia o que havia de errado com ela ou o que fazia de errado com eles.
De tudo tentara e nada ouvira em troca.
Um dia entrou na loja.
Comprou um aparelho para surdez.
Gritou ao vendedor: eu te amo!
Ele simplesmente respondeu: eu também.
Ode Junina à Velhice Precoce – Ou Quando o Forró Virou Só "Etc." *
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Lá fui eu, como um sanfoneiro perdido num festival de DJs, ao tal show
sertanejo no meio da festa do São João. A plateia pulava como milho em óleo
fervente...
Há 5 semanas