Duas definições peculiares marcaram o modo de enxergar a mim mesmo. Palavras sinceras e frustrantes, quase humilhantes, adjetivações ofensivas, ditas oportunamente por quem me abriria os olhos. Para alguém habituado ao exercício do esquecer, palavras que souberam, ao seu jeito, ensinar.
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
[...]
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
[...]
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta."