terça-feira, 13 de maio de 2008

À decadência

Os humanos são estranhos, têm cada costume esquisito que comemoram até mesmo a decadência da vida.

Queria saber quem foi o primeiro infeliz a inventar essa comédia melodramática chamada aniversário.

Escutar palavras de carinho regadas a tapinha no ombro e abraços emocionados (estes últimos após alguns litros vazios), depois, ser elogiado por tudo que você já construiu na vida (nada, no caso) e tudo que irá construir (sei, sei).

Saber que se estão esvaindo os melhores dias de sua vida, ou apenas que você está morrendo lentamente sem se dar conta de que não teve melhores dias, e festejar o acontecimento nunca me pareceu interessante.

A seguir, um poeminha publicado num extinto “fotolog”, aos 15 anos – debutante é a senhora sua mãe. Algo que combina com meu próximo fim de semana e não perdeu o sentido ao longo desses últimos cinco anos, quiçá não perderá nos próximos cem.

Soneto do Amor Etílico

Oh senhora da minha alegria
Que prazer te apreciar;
Me provocas fantasias,
Depois me fazes provocar.

Foste sempre companheira
Amiga e confidente;
Ate mesmo na derradeira,
Continuas sempre ardente.

Seja noite ou seja dia
Te desejo toda minha,
Só imploro, não fiques vazia...

Pois no outro dia, cachaça,
Você deixa sua marca...
e vem a maldita ressaca.

Fiz uns ajustes na linguagem apenas pra diminuir a dor na consciência (e na vista) com o palavreado do pseudo-poeteiro em questão. A título de curiosidade, “provocar” no linguajar cearense, que me inspirou na época, significa vomitar.

Finalizando a criação, vinha o clímax:

“Repasse ao maior número de amigos possíveis nos próximos 51 minutos ou São Ânus, protetor dos bêbados sem dono, não terá piedade do seu orifício monossilábico.”

Ano passado comemorei-o numa quarta-feira assistindo ao vivo e em primeira pessoa ao jogo Fluminense x Galinha na Copa do Brasil, ano em que o Flu sagrou-se campeão da Copa. Inesquecível.

Este ano, o dito cujo cai num domingo, permitindo que a comemoração comece desde a sexta-feira, e ainda me dando o orgulho de ver o Campinense ser campeão paraibano em cima da arqui-rival galinha no último jogo do campeonato.

Ah, esses humanos... Inventam cada circo que me sinto obrigado a degustar um (uns) conhaque(s) nos próximos dias e comemorar enquanto há tempo, enquanto há fígado.

3 comentários:

Lorena disse...

Não sabia q tu tinha um blog...nem q escrevia bem assim garoto...Realmente...no meu niver não teve jogo, mas formula 1...compensou...


Um brinde à decadência...ou a velhice...ou aos dois...

Unknown disse...

Um brinde aos seus 20 anos.Desculpe a ausencia fisica neste dia tao bonito,mas voce esta presente no meu coracao diariamente.Eu,Betania, Carol e Fernandinho te amamamos muito.Continue a escrever seus sentimentos , gurde-os e depois quando atingires outra fase da vida visie para recordar sua impressao da vida aos 20 anos.

Jéssica disse...

Pode deixar que agora eu já sei..
ano que vem, nem abraços nem parabens!
;)

Os textos são filhos do excelentissimo???